Ao contrário do que tem se falado como lugar comum, hoje em dia, proporcionar todas as alegrias possíveis e evitar frustrações pode não ser o caminho que vai levar as crianças a uma vida plena e realizada. O contato com as frustrações e as formas de se lidar com elas, é com certeza a chave para que se forneça ao indivíduo em formação recursos que abram as portas que vier a encontrar na vida. Os adultos costumam dizer que a experiência, muitas vezes dolorosa, os levou à maturidade e isso também é verdade. Mas será que só com grandes dores e frustrações se consegue evoluir? Penso que não! Se as frustrações vierem em doses “homeopáticas” durante todo o desenvolvimento e crescimento, formar-se-ia um arcabouço psicológico que acompanharia o indivíduo nas mais diversas situações da vida. Para isso, os pais precisam lidar com suas próprias frustrações e com a necessidade (obrigatória atualmente) de se dar alegrias e satisfações aos filhos o tempo todo. A psicoterapia tem um importante papel no apoio aos pais, que, por ter muito medo de não serem amados por seus filhos, se digladiam diariamente entre o que seria certo e as “almofadas de proteção” com que gostariam de pavimentar a vida de suas crianças.